Bloco preocupado com a falta de profissionais no Centro Hospitalar do Médio Tejo
O hospital de Abrantes continua a ser noticia pelo descontentamento crescente de profissionais que ali trabalham.
Na terça feira dia 3 de Abril, os enfermeiros e assistentes operacionais afectos às urgências apresentarem, em bloco, um pedido de mobilidade para outros serviços o que representa um facto inédito e um sério aviso à Administração pois estes enfermeiros são formados para trabalharem especificamente nas urgências e a sua substituição por colegas de outros serviços diminui a qualidade do serviço. O mesmo se aplica aos assistentes operacionais pelas sua experiência.
A situação já se arrasta desde 2012 aquando da reestruturação, levado a cabo pelo Governo PSD/CDS que centrou a urgência medico-cirurgica do Centro Hospitalar do MedioTejo (CHMT), no Hospital de Abrantes. Embora se tenham feitas algumas adaptações ao nivel do espaço, este continua a ser insuficiente, assim como os profissionais. Uma requalificação profunda das urgências foi anunciada como estando concluido em 2019 mas, e até lá?
Utentes em macas e cadeiras de rodas fazem dos corredores enfermarias. A falta de privacidade provoca ansiedade e confusão principalmente nos utentes. Os profissionais são obrigados a trabalhar em espaços exiguos e têm a seu cargo um numero muito superior de utentes. Esta situação é dramática para os profissionais pois sentem e sabem que, deontológicamente, não estão a conseguir desempenhar o seu trabalho. As baixas médicas aumentam e as substituições não acontecem sobrecarregando, cada vez mais, quem está nos serviços.
Muitos profissionais queixam-se de trabalharem horas a mais. Os tempos de repouso não são cumpridos, a exaustão aumenta e o colapso pode acontecer em qualquer altura. As famílias ficam para segundo ou terceiro plano.
A contratação de novos profissionais tarda e, segundo informação, os últimos que entraram já foram no ano de 2016.
A Administração do CHMT reconhece que a falta de profissionais é problemática e atribui responsabilidades ao Ministro da Saúde por não desbloquear as verbas para ser lançados os devidos concursos.
O Bloco de Esquerda ainda recentemente questionou o Ministro da Saúde por causa do financiamento insuficiente do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Verbas elevadissimas são canalizadas para as Parcerias Público Privadas na Saúde as quais aplicados no SNS, permitiria uma margem alargada tanto para a contratação de profissionais, como para a melhorias das instalações.
O Bloco de Esquerda apoio os profissionais do SNS nas suas reivindicações. O problema das urgências do Hospital de Abrantes não se resolve só com a expansão da mesma. É preciso dar condições dignas aos profissionais e para isso a contratação de novos profissionais é fundamental.
Se se gasta centenas de milhões a salvar bancos, porque é que não se tem o mesmo tratamento para com o SNS?
Santarém, 6 de Abril de 2018
Comissão Coordenadora Distrital de Santarém do Bloco de Esquerda