Intervenção de José Carreira na Conferência Nacional 2022
O passado recente, colocou-nos novas formas de ação política e novas exigências de resposta, em relação há nossa atuação passada.
Fizemos o que tinha de ser feito.
Iniciamos hoje um processo que tem de congregar duas linhas de ação muito claras e não conflituantes.
Por um lado, dar resposta à pauperização de quem trabalha, com o aumento de salários e pensões, reforço sério dos apoios sociais e em particular dar muita atenção à questão da habitação, exigindo a transformação séria do SNS para dar resposta às pessoas e combater os perigos a que está exposta a escola pública.
Contrastando sempre esta crescente pobreza real de quem trabalha ou trabalhou, com os ganhos indecorosos e muitas vezes ilícitos das grandes empresas e seus proprietários.
Combater a lentidão da transição climática.
Aqui, no concreto no que respeita, por exemplo, à eletricidade é preciso popularizar de forma compreensível os ganhos indecorosos das elétricas, á custa dos consumidores.
Neste combate pelos de baixo toda a legislação laboral troikista a par de novas formas de exploração, onde avultam as mais diversas formas de precarização, tem de estar sobre o nosso fogo, preciso e acutilante.
Esta é a resposta que esta conferencia, tem de dar para amanhã.
Mas também em paralelo, aprofundar a nossa experiência da gerigonça, sem pressas, mas com olhos de ver, não para construir uma narrativa nostálgica, mas para nos qualificar, para o futuro, porque este está em aberto.
Nesta reflexão para ser séria, o Bloco dispensa o debate entre perceções difusas do eleitorado, o diz que disse e muito menos o dizer e desdizer de posições assumidas, malabarismos semânticos ou amnésias súbitas e convenientes.
Somos um partido maduro consciente e responsável para trocar seriedade, por corridas” marqueteiras “
Vivemos hoje um período negro, ao assistir ao sofrimento indiscritível do povo ucraniano, assim como assistimos nos Balcãs, no Iraque, na Síria, ou no Iémen só para dar alguns exemplos.
O Capitalismo global e o imperialismo global não anulam as contradições entre potências e entre imperialismos e nesta guerra o Bloco não se enganou ao colocar o ónus no invasor.
Sobrelevar os contextos para ofuscar a responsabilidade da Rússia como agressor, seria um erro terrível que nos traria incoerência para o futuro e desarticulava a nossa política e prática anti-imperialista.
Como o orçamento de estado em discussão no parlamento, demonstra, o PS e seu governo é hoje em Portugal o porta-estandarte do liberalismo.
A sua retórica social liberal, e prudente face aos extremistas liberais enquadra-se perfeitamente nos interesses da burguesia nos tempos que correm.
Prosseguir o essencial na sua voragem de acumulação capitalista com um discurso, onde o PS aparece aos olhos das pessoas, como uma barreira, com toques de esquerda e moderado face à voragem dos falcões.
Nesta guerra, não basta a utilização dos estribilhos do passado anti liberais para ter resultados.
Necessitamos, apoiados no conhecimento passado, descodificar o discurso e principalmente com exemplos de hoje demostrar a sua falácia prática.
Tal como defendi atrás para a descodificação das rendas de energia. No fundo adaptar o nosso arsenal teórico aos dias de hoje e às experiências vividas pelos trabalhadores e juventude, e demonstrar a sua falácia.
Tenho para mim, que esta é a luta central dos dias de hoje e neste combate abriremos as portas do futuro, acumulando forças para dar a volta.
Viva o Bloco.