Bloco de Esquerda manifesta preocupações com a Barragem dos Patudos em Alpiarça

O Bloco de Esquerda manifestou algumas preocupações quanto ao estado da Barragem dos Patudos em Alpiarça, colocando um conjunto de questões ao Governo. 

Na sua página na internet, a Câmara Municipal de Alpiarça assegura que a Albufeira dos Patudos “proporciona ótimas condições para a prática de desportos náuticos (canoagem, remo) e pesca desportiva”, recebendo, “regularmente, provas do campeonato de triatlo, e concursos de pesca de nível competitivo e de lazer”.

Com efeito, trata-se de um espaço muito aprazível, frequentado e usufruído pelas populações do concelho e da região.

No primeiro trimestre do ano passado, tiveram aí lugar diversos trabalhos de limpeza das margens, bem como de tratamento e recuperação da massa de água, visando a recuperação dos níveis de qualidade a partir do estado de eutrofização em que se encontrava há vários anos.

Continuam, porém, a suscitar algumas preocupações os efluentes lançados nas águas da albufeira, a partir de uma Estação de Tratamento de Água (ETA), propriedade da empresa Águas do Ribatejo e situada junto à  margem.

Segundo informação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), esta ETA é constituída por um processo de adsorção química de arsénio, efetuada em 2 filtros a pressão cujo meio de enchimento é constituído por gravilha, areia, hidróxido de ferro granular e carvão ativado. Foi introduzida a etapa de pré-oxidação com cloreto de ferro cujos precipitados por filtração ficam retidos nos filtros.

Ainda segundo a APA, a ETA dispõe de linha sólida para tratamento e acondicionamento das lamas de clarificação geradas na passagem dos filtros e que é constituída por um decantador seguido de um espessador. As lamas espessadas são encaminhadas para uma ETAR e o clarificado é lançado num coletor fluvial situado no exterior, junto da própria ETA.

No entanto, não é conhecido o tratamento dado ao manganés, elemento que, de acordo com o Senhor Presidente da Câmara de Alpiarça, será um dos elementos retirados da água processada pela ETA.

Assim, o deputado do Bloco de Esquerda eleito pelo distrito de Santarém, colocou ao Ministério do Ambiente as seguintes questões: 

  1. Existe a garantia de que a ETA de Alpiarça está a funcionar corretamente?
  2. Têm sido efetuadas regularmente as adequadas operações de manutenção, nomeadamente dos filtros?
  3. O processo de adsorção adotado para o arsénio também fixa o manganés? Qual o respetivo circuito de processamento?
  4. Existem análises regulares ao clarificado saído da ETA e lançado nas águas da albufeira?
  5. Existe garantia de que o fluxo desse clarificado, devido à sua composição e volume, é compatível com o bom estado da água da albufeira?