BE questiona Governo sobre os recentes incidentes na central nuclear de Almaraz
No espaço de uma semana, a central nuclear de Almaraz, localizada junto ao rio Tejo, a 110 quilómetros da fronteira com Portugal, no Estado espanhol, registou três incidentes, segundo a agência Efe. O último incidente ocorreu no dia 27 de junho. O segundo reator da central desligou-se automaticamente após a abertura inesperada de um dos seus interruptores. Esta paragem acontece dois dias depois de o primeiro reator ter também parado, tal como já havia acontecido a 22 de junho. As causas dos incidentes são desconhecidas, mas, segundo a entidade gestora de central, não está em perigo a segurança do ambiente nem dos trabalhadores.
O BE lembra que as entidades detentoras da central nuclear – as empresas Iberdrola, Endesa e Naturgy –, pediram a renovação da licença de atividade da central, cuja vigência terminava em junho de 2020, depois de ter sido prolongada em 2010. Em maio, o Conselho de Segurança Nuclear do Estado espanhol deu parecer favorável ao pedido das empresas, mas a autorização final depende do Governo espanhol. A renovação da licença estende o tempo de vida útil da central nuclear até outubro de 2028.
A central nuclear de Almaraz – a mais antiga, em atividade, do Estado espanhol e uma das mais antigas da Europa –, funciona numa zona de risco sísmico.
A construção de um aterro de resíduos nucleares em Almaraz, com vista à ampliação do prazo de funcionamento da central, motivou uma queixa formal do Governo português à Comissão Europeia, em janeiro de 2017. O BE perguntou se o Governo “tem desenvolvido diligências junto do seu congénere espanhol para promover o encerramento definitivo da central nuclear de Almaraz”.