2 anos de muito trabalho
Em termos presenciais, apesar de tudo, foram produzidas quatro ações de grande visibilidade (uma delas acabou por ter de ser cancelada na véspera, em virtude da entrada em vigor do estado de emergência relativo à pandemia de covid19) nas temáticas do orçamento, do ambiente e das autarquias.
Contámos com a presença, nuns casos ao vivo, noutros via digital, com a Coordenadora nacional Catarina Martins, com a eurodeputada Marisa Matias, ou com os deputados Fabíola Cardoso, Pedro Filipe Soares e José Maria Cardoso.
Presencialmente também devemos indicar a presença em duas ações que decorreram no distrito, uma relativa ao clima e outra relativa às mulheres autarcas, organizadas à revelia desta CCD, sem qualquer comunicação prévia que não tenha sido o convite à última hora para estarmos presentes.
Aproveitando as ferramentas que a necessidade mostrou e desenvolveu, realizámos seis plenários, com a participação de muitos aderentes de norte a sul do distrito, sobre temas tão diversos como a situação política nacional e também distrital, as eleições presidenciais, onde todos pudemos trocar ideias com a candidata Marisa Matias, e ainda falámos sobre orçamento e sobre autarquias.
Apresentámos um novo formato, especialmente útil durante os confinamentos, com sete encontros online temáticos com a presença de mais de vinte especialistas de diversas áreas do conhecimento, metade dos quais aderentes do bloco de esquerda, com assuntos tão fascinantes e variados, quanto o 25 de abril, a cultura, os ativismos ambientais, as respostas das autarquias à pandemia, os desafios do ensino, as empresas e os trabalhadores e a agricultura.
A audiência comprovada de cerca de 20.000 espetadores, a maioria do distrito, mas também alguns de norte a sul do país, confirmou a dinâmica que imprimimos à divulgação política, utilizando novas ferramentas, o que revelou uma nova forma de debater e discutir ideias, amplificando a audiência 100 vezes em relação ao habitual para estes tipos de sessão.
O trabalho desenvolvido ao longo destes 2 anos foi claramente orientado na resposta às diversas crises provocadas pela pandemia. Desta forma foi promovida a apresentação das mais variadas propostas estruturais e de resposta à crise de saúde, social e económica no distrito, em todos os órgãos autárquicos, pelos respetivos autarcas.
Reunimos mais do que uma vez com as principais instituições do distrito no âmbito do diagnóstico de resposta à crise, nomeadamente com a APA – ARH Tejo, com a ACT, com a Segurança Social, ou com a USS-CGTP, ou ainda com os secretários-gerais da CIMT e da CIMLT no âmbito do PNI2030.
A campanha das presidenciais com a Marisa Matias, também não ficou ao acaso, tendo o nosso distrito superado largamente a angariação de assinaturas, em mais de 140% do objetivo proposto, o que foi útil para muitos outros distritos onde se ficou claramente abaixo dos mínimos essenciais. Também a campanha decorreu em bom ritmo, com campanhas de colagens nos vários concelhos do distrito, dos mupis relativos à promoção da imagem da Marisa.
Todo este trabalho, todas estas reflexões e todas estas propostas, foram objeto de 45 notas de imprensa enviadas para a comunicação regional e nacional, que resultaram em mais de 900 referências jornalísticas, na comunicação social escrita, mas também na rádio e na televisão.
Foram efetuadas 192 publicações nas redes sociais, para além de 58 artigos de fundo, 8 artigos de opinião e 11 comunicações internas que serviram para unir, para crescer e para melhorar.
Nos derradeiros meses de atividade desta CCD, empenhamo-nos na organização e na promoção das condições necessárias à realização da consulta aos aderentes sobre as Moções levadas à convenção, tendo a mesma sido um sucesso retumbante, com índices de participação únicos no país.
Para o final deixámos a preparação das eleições autárquicas, realizadas num momento de dificuldade extrema, em virtude da pandemia que afetou decisivamente uma atividade que é de proximidade, de ouvir as pessoas, de sentir e de partilhar. Apesar de tudo lográmos conseguir apresentar candidaturas em todos os concelhos onde o Bloco de Esquerda tem atividade constante, tendo esta decisão decorrido da consulta a todas as estruturas locais do Bloco, sobre as necessidades, não só logísticas, mas também de recursos humanos, ou mesmo financeiros que cada potencial candidatura sentiria.
A esta necessidade de concentração de recursos, quer humanos, quer financeiros, não é alheia a existência de apenas 2 funcionários em part-time e que ainda por cima eram vereadores e cabeças de lista às câmaras, nos respetivos concelhos, tendo a promessa do secretariado nacional de atribuição temporária de mais um funcionário até ao período eleitoral, ficado por cumprir.
Esta CCD termina assim este mandato tal como o começou. A fazer pontes e procurar consensos, tendo aprovado uma comunicação interna a todos os aderentes, em que confrontados com novos desafios a que todos teremos de responder, será necessária uma mobilização coletiva para a afirmação do Bloco de Esquerda como alternativa à governação local e, mais relevante, para a afirmação da necessidade de políticas de esquerda na defesa dos interesses das populações e respetivos territórios.
Para este desiderato é necessária a união de todas e todos os aderentes, de todas as sensibilidades internas, na construção de equipas de coordenação unitárias que permitam o aproveitamento de todos os recursos humanos e meios políticos instalados no terreno para que saia reforçada a unidade no trabalho e a autonomia políticas, integrando todos os que se foram juntando a nós neste último processo eleitoral.
Terminamos agradecendo a todas e todos pelo vosso empenho e dedicação a esta causa comum, a defesa do projeto político do Bloco de Esquerda. Não podemos deixar ninguém para trás.
Comissão Coordenadora Distrital de Santarém
Santarém, 24 de outubro de 2021