Rio Sorraia exige intervenção imediata
Segundo o movimento “Juntos pelo Sorraia”, que guiou o Bloco de Esquerda nesta visita, de há 6 anos para cá tem sido crescente a ocupação do leito do rio com jacintos-de-água. Oque outrora era um dos mais belos cursos de água do centro do país, é hoje um depósito de folhagem seca, com a planta neste momento em período de latência.
A praga foi-se espalhando devido à artificialização do curso do rio, com a construção de pequenos diques que agora retêm os jacintos-de-água, com a intensa fertilização agrícola em terrenos adjacentes, com as escorrências de alguns esgotos e, finalmente, com alterações climáticas que levaram à alteração do ciclo de vida das plantas. O abandono da vigilância e uma total ausência de intervenção levaram ao quadro atual.
O alerta de movimentos ambientalistas e a crescente sensibilização das populações lançaram um grito de alerta para esta catástrofe ambiental.
Interpelado pelo Bloco de Esquerda, na Assembleia da República, o Ministro do Ambiente garantiu que o rio estaria limpo, apesar de o problema persistir. Não é verdade: algumas intervenções de limpeza, realizadas em novembro, apenas minimizaram o problema. Desde então, têm prosseguido algumas intervenções pontuais, mas a praga subsiste em larga escala, como verificou o Bloco de Esquerda, no terreno.
O valioso património natural que constitui o rio Sorraia e afluentes tem de ser recuperado e têm de ser asseguradas contínuas operações de manutenção.
O governo tem de responder às diversas recomendações nesse sentido já aprovadas na Assembleia da República, entre as quais um Projeto de Resolução do Bloco de Esquerda.
A dimensão deste desastre ambiental não se compadece com declarações ignorantes e pseudo-desdramatizadoras, que só protelam as respostas necessárias.
A Coordenadora Concelhia de Salvaterra de Magos e a Coordenadora Distrital de Santarém, interpretando as exigências da população, exigem ao governo a recuperação do Sorraia e dos seus afluentes, bem como a execução de um Plano de limpeza continuada do rio que reponha o equilíbrio ambiental perdido.