Teremos mais uma NUT II mas falta a regionalização
A cada pacote de financiamento assistimos à reorganização das suas entidades gestoras, à discussão das escalas de intervenção, à denúncia da instabilidade de um quadro administrativo desadequado às necessidades da população e dos territórios que habitam.
O distrito de Santarém com as suas cidades pequenas e médias, com a sua ruralidade e as suas Comunidades Intermunicipais continua a não conseguir reivindicar os financiamentos necessários à sua infraestruturação ou uma estratégia de desenvolvimento compreensível para os seus cidadãos.
Faltam recursos financeiros, mas falta sobretudo autonomia. As reivindicações distritais têm que ultrapassar a perspetiva de anel rural da Área Metropolitana de Lisboa, não ignorando ou desconsiderando a enorme complementaridade funcional existente, mas perspetivando-se para além do prestador de serviços turísticos, logísticos, paisagísticos e ambientais.
A farsa democrática da eleição dos presidentes das Comissões Coordenadoras de Desenvolvimento Regional (CCDR) e os contratos de financiamento às diversas escalas, conforme a conveniência pontual dos seus gestores, não mitiga a urgência da aprovação da Lei de Bases da Regionalização.