Resposta ao COVID-19 | Comunicado da Coordenadora de Tomar do Bloco de Esquerda

Em tempo de pandemia e apesar do isolamento social que o Estado de Emergência impõe, não podemos suspender a democracia. É dever de todos os cidadãos e das forças políticas que os representam, nos parlamentos, europeu e nacional, no Governo e nas autarquias locais, que estejam vigilantes e intervenham, na medida das suas possibilidades e responsabilidades, em situações que ponham em causa a saúde e a segurança das populações, a democracia e os direitos dos trabalhadores, que não poderão suportar sozinhos as consequências económicas desta crise.

O Bloco de Esquerda de Tomar, alerta os tomarenses para duas situações que ocorreram nos últimos dias em Tomar, que não sendo propriamente novidades, são situações que não podemos ignorar.

O encerramento das Urgências noturnas no Hospital de Tomar. Esta decisão da Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, por alegada otimização dos recursos disponíveis em período de contenção da epidemia do covid-19, carece de transparência pois é difícil de entender o centralizar desse serviço em Abrantes, quando é esse hospital que recebe todos os casos de suspeita de coronavírus na região.

Aguarda-se e exige-se que esta situação seja reposta com o levantamento do Estado de Emergência.

Atentado ambiental no rio Nabão. Esta semana e uma vez mais depois de ter ocorrido alguma precipitação, assistimos consternados a mais um criminoso episódio de atentado ambiental no Rio Nabão, estranhando-se o silêncio da Câmara Municipal de Tomar, que não esclarece a população se já fez ou pretende fazer alguma coisa para resolver a situação.

Sabemos que são vários os focos de poluição do rio, mas já ninguém tem dúvidas de que o principal é a ETAR de Seiça (no concelho de Ourém), que sempre que chove um pouco mais, não tem capacidade para acolher o fluxo de matéria a tratar e a despeja no caudal do nosso rio. Não será desconhecido dos tomarenses que no que diz respeito a esgotos, também a situação de Tomar é alarmante, não só no centro histórico da cidade, que como acontece também em Ourém, não se separam águas pluviais dos esgotos domésticos e industriais (mais uma obra mal feita do Engenheiro Paiva, na Câmara PSD), como também porque a cobertura da rede de esgotos do concelho é apenas de cerca de 50% (A CEE recomenda 90%), pouco tendo avançado nesta gestão camarária, quando essa era uma das promessa eleitoral do PS.

O Bloco de Esquerda apresentou o problema da poluição do rio Nabão no Parlamento Europeu e aguarda-se ainda a resposta do Governo Português à questão, mas não podemos deixar a situação arrastar-se impunemente por mais tempo, é preciso agir. Os custos destas intervenções serão elevados, porque há muita obra a fazer, mas é uma questão de saúde pública, não só tomarenses mas também um atentado ecológico para os rios Tejo e Zêzere e para o Oceano Atlântico.

À nova empresa Tejo Ambiente, às autarquias de Tomar e Ourém, à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e ao Governo, os tomarenses devem exigir que concertem urgentemente esforços para se conseguir o financiamento necessário para resolver de vez o problema da poluição do rio Nabão.

Nestas, como em todas as lutas de interesse para os trabalhadores e para os mais desfavorecidos, o Bloco de Esquerda estará sempre disponível para colaborar.

Fiquem todos bem e, se puderem mantenham-se em casa.