Terminada que está a legislatura impõe-se o balanço do trabalho parlamentar. Foi uma enorme honra poder contribuir para cumprir o lema do Bloco de Esquerda nas últimas eleições: “Faz Acontecer”. Apesar de todas as limitações causadas pela pandemia Covid 19, foram tantas e tão variadas as áreas de trabalho, as perguntas ao Governo sobre os problemas locais, as propostas concretas, as iniciativas legislativas… que o balanço só pode ser muito positivo e partilhado com tantas pessoas que para ele contribuíram. Bem hajam.
Como não recordar a proposta, apresentada logo para o Orçamento de Estado de 2020, de uma nova ponte na Chamusca / Ecoparque do Relvão, chumbada com os votos contra do PS, Chega e Iniciativa Liberal, mas com a cúmplice abstenção do PSD e CDS?
Como não referir todo o trabalho feito sobre o rio Tejo e seus afluentes, sejam eles o Nabão em Tomar/Ourém, o Alviela em Alcanena/Pernes, o Almonda em Torres Novas ou o Ponsul, mais para montante? Sobre poluição, regulação de caudais, aproveitamento agrícola, a Grande Ecovia do Tejo. Sempre em estreita articulação com as associações e os ambientalistas regionais?
Como ignorar os debates, audições, propostas sobre a necessidade de valorizar os transportes públicos no distrito, de Salvaterra a Abrantes, em particular a ferrovia? A proposta sobre a imperiosa necessidade de obras na linha do Norte, entre o Vale de Santarém e o Entroncamento?
Para além dos temas mais diretamente relacionados com o Distrito de Santarém, foram as questões europeias o centro do meu trabalho dedicado. No momento em que Portugal ocupou a Presidência do Conselho da União Europeia, assuntos como o Semestre Europeu, os apoios e estratégia da Política Agrícola Comum (PAC) e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou a resposta à Covid, foram essenciais. Tantas vezes, nos debates em Plenário ou em Comissão ou eventos internacionais, confrontei o Governo e as instituições europeias com a necessidade do levantamento das patentes das vacinas Covid, para garantir a vacinação de todo o mundo, prevenindo o aparecimento de novas variantes, como infelizmente está a suceder neste preciso momento. A insuficiência da resposta europeia às questões colocadas pela necessidade de acolher migrantes e refugiados foi outro tema central.
As questões LGBT+ foram outra das bandeiras do Bloco de Esquerda que tive o privilégio de levantar alto no parlamento. Se o fim da discriminação na dádiva de sangue teve sabor a vitória, várias outras mudanças essenciais ficaram (ainda) por conseguir, como a garantia de igualdade e autodeterminação nas escolas, no trabalho ou no acesso à saúde ou a criminalização das práticas de conversão, que persistem, tão silenciosas quanto perigosas.
Procurei, nestes textos e nas minhas redes sociais (Face e Insta) prestar contas sistematicamente do trabalho desenvolvido no parlamento, mas também em tantas reuniões, visitas e manifestações; realizadas junto de trabalhadores e entidades.
Foi uma honra, a que espero poder dar continuidade na próxima legislatura.
Chegou o Natal, com ele o consumo desenfreado e as boas intenções. Só depois virão as eleições. Mas estas serão eleições particularmente importantes. Em matérias como a defesa do Serviço Nacional de Saúde, dos salários e das pensões, é à esquerda que se encontram soluções. A ideia de um bloco central nunca trará soluções ao país. A ideia de um bloco central não é muito diferente da ideia de uma maioria absoluta do PS. Não é disso que o país e o distrito precisam.
Só um Bloco de Esquerda reforçado será a garantia de haver força para debater matérias fundamentais como os salários e pensões, a saúde, os serviços públicos e a resposta climática, mas também dar uma lição à extrema-direita. Só o voto no Bloco é a garantia de um presente que não hipoteque o futuro dos nossos jovens.