Ministério levanta contraordenação por abate de árvores em Tomar

Na sequência de uma questão colocada pelo Bloco de Esquerda, o Ministério da Agricultura levantou uma contraordenação devido ao abate de árvores em Porto Cavaleiros, Tomar. 

O Bloco de Esquerda tomou conhecimento, através de um comunicadoda Organização Não Governamental de Ambiente - Quercus, da destruição de uma área de floresta mediterrânica, principalmente azinheiras, carvalhos e medronheiros, no concelho de Tomar, mais precisamente em Porto de Cavaleiros.

Conforme provam fotos publicadas no site da organização ambientalista, no terreno encontravam-se trabalhadores da empresa madeireira Madeiras Afonso, Lda. munidos de motosserras a cortar as árvores protegidas, assim como uma escavadora que arrancou os seus cepos para destruir as provas desta acção ilegal.

Aparentemente, a destruição destas espécies protegidas ocorre no sentido de preparar o terreno para o plantio de eucaliptos.
Este povoamento florestal tinha sido lavrado por um incêndio em 2008, mas os sobreiros não foram queimados e apresentavam apenas a cortiça chamuscada, pelo que a alteração de uso do solo está legalmente condicionada.

Esta é uma situação de reincidência. Anteriormente, em Julho de 2015, houve um abate ilegal de sobreiros na propriedade denominada Corvina, pela mesma empresa Madeiras Afonso Lda., que foi condenada ao pagamento de uma coima pela infracção grave cometida. Esse abate ocorreu junto do Rio Nabão, em Porto de Cavaleiros, em zona parcialmente integrada no Sítio Sicó-Alvaiázere da Rede Natura 2000.

Os ambientalistas informam que foi entretanto pedida uma fiscalização ao SEPNA para impedir o abate de mais árvores, tendo sido também solicitados esclarecimentos ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, sobre os processos em causa.

Agora, em resposta, o Ministériod a Agricultura esclarece ter tido conhecimento desta situação e que após ter recebido uma denuncia por parte da Quercus encaminhou uma equipa de vigilantes, que em articulação com a GNR levantaram um auto de noticia sobre a situação. 

Assim, este auto de noticia deu entrada no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, que instaurou um processo de contraordenação que está a seguir os tramites habituais. Mais informa o Ministério da Agricultura que a entidade responsável pelo abate das árvores poderá ser obrigada a rearborizar a área afetada.