Bloco de Esquerda atento à insolvência da Prado Karton em Tomar

O deputado do Bloco de Esquerda eleito por Santarém, Carlos Matias, reuniu com os trabalhadores da Prado Karton, bem como a coordenadora do Bloco, Catarina Martins. 

O Bloco de Esquerda desde cedo esteve atento à situação da empresa Prado Karton, em Tomar. Carlos Matias, deputado eleito por Santarém e Catarina Martins, coordenadora do Bloco, estiveram reunidos com os trabalhadores, mas a par disso, o Bloco colocou um conjunto de questões ao Governo. 

A meio de julho, os 72 trabalhadores da Prado Karton --- antiga Companhia do Papel do Prado, em Tomar --- receberam a notícia de que iriam para o desemprego. Foi-lhes dito que, “depois de não ter sido possível apresentar um plano de recuperação que garantisse a viabilidade” da empresa, havia avançado o pedido de insolvência.

Os problemas na empresa vêm de há vários anos, com várias mudanças de proprietários. A partir do ano 2000 o quadro laboral foi-se degradando, com sucessiva retirada de remunerações acessórias e de subsídios. 

De fevereiro de 2016 até final de janeiro último, a empresa esteve em lay off. Encontrava-se agora num Processo Especial de Revitalização (PER) e, segundo os trabalhadores, haveria trabalho e encomendas que justificariam, inclusivamente, a contratação de mais pessoal.

A explicação da administração da Prado Karton para a inesperada declaração de insolvência e o fecho da produção é a de que terá ocorrido uma “inesperada evolução gravosa das condições de mercado".

Os trabalhadores contrapõem, porém, a eventual ocorrência de negócios questionáveis e opções gestionárias duvidosas. Recordam, por exemplo, as exageradas regalias atribuídas a quadros, injustas perante os baixos salários impostos aos trabalhadores da produção e incompatíveis com as dificuldades da empresa

Até há dias, a Prado Karton era última fábrica de papel das várias que, em tempos, existiram no concelho de Tomar. 

Para além do drama humano que envolve o lançamento de mais 70 trabalhadores no desemprego --- o que, em qualquer circunstância, já não seria pouco --- trata-se de mais um ataque à economia já muito fragilizada do concelho de Tomar

A tão falada “valorização do interior” e a necessidade de investimento na fileira florestal, em que de algum modo (a jusante) se insere a Prado Karton, não permitem que se olhe para este caso como o de “apenas” mais uma empresa que fecha.

Pelo contrário. Entende o Bloco que, este caso exige empenhamento político aos mais diversos níveis, para a recuperação da empresa, retomando a produção, readmitindo trabalhadores e respeitando os seus direitos laborais, alguns como resultado de longas carreiras profissionais.

Assim, o Bloco dirigiu ao Ministério da Economia as seguintes questões: 

  1. Está o governo a par da declaração de insolvência da Prado Karton e das graves e múltiplas consequências que daí estão a advir?
  2. Considera o governo pouco relevante esta empresa no quadro da economia da região?
  3. Vai o governo intervir para ajudar a recuperar esta empresa?
  4. De que forma?