Aterro Intermunicipal de Abrantes gera preocupações

O Bloco de Esquerda dirigiu ao Governo várias questões sobre o Aterro Intermunicipal de Abrantes, mas as respostas não foram clarificadoras. 

O Bloco de Esquerda colocou em Julho de 2016 um conjunto de questões sobre o Aterro Intermunicipal de Abrantes, relacionadas com a fuga de águas lixiviadas provenientes de uma célula de Resíduos Industriais (RIB).

Esta célula, cuja manutenção, numa observação a olho nu se afigura deficiente, está implantada sobre o aquífero Tejo-Sado, um dos maiores do território continental. Desconhece-se, aliás, se, na altura do seu projeto e construção, foi tida em conta tão sensível localização e as graves consequências de eventuais infiltrações.

Ao conjunto de perguntas que dirigiu em julho do ano passado, o Governo, através do Ministério do Ambiente, respondeu que “não havendo histórico sobre a instalação referenciada”, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo” (CCDRLVT) estariam a “diligenciar várias ações, entre as quais uma vistoria técnica ao local”.

Nessa vistoria, estaria “prevista a recolha de amostra de águas para análise laboratorial, à saída da célula e no local identificado” pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

Segundo o Ministério do Ambiente, “após as referidas vistorias” seria dada resposta à questões então enunciadas.
Largos meses depois, ainda não recebemos a resposta.

Entretanto em 7 de abril último, a Presidente da Câmara Municipal de Abrantes, informou a Assembleia Municipal abrantina que, em 17 de abril último, iria realizar-se uma reunião entre a APA e a CCDRLVT, precisamente para tratar de assuntos relacionados com esta matéria uma reunião que, entretanto, já terá ocorrido.

Assim, voltou o Bloco de Esquerda a questionar o Ministério do Ambiente, mas as respostas foram mais uma vez parcas. Diz a tutela que a célula RIB é propriedade da Lena Ambiente e que começou a sua exploração em 1999.

Apesar de informar que notificou a Lena Ambiente para "dar cumprimentos aos processos de encerramento e pós-encerramento da célula, incluindo a monitorização da qualidade da água superficial e subterrânea", o Ministério do Ambiente não esclarece quem assume a responsabilidade no caso de se confirmar já a existência de lixiviados e e lamas na barragem.